terça-feira, 21 de agosto de 2007

Sintaxe




CONCEITOS ESSENCIAIS

Em uma análise sintática podemos ter:

1- Frase
É a reunião de palavras que expressam uma idéia completa, constitui o elemento fundamental da linguagem, não precisa necessariamente conter verbos.
Ex.:"Final de ano, início de tormento". ( Revista Nova Escola, 11/00)

2- Oração
É idéia que se organiza em torno de um verbo.
Ex.: "Tudo começa com o pagamento da dívida." ( Revista Vida Pessoal, 12/99, p.07)

DICAS
O verbo pode estar elíptico (não aparece, mas existe)
Ex.: "O Jeca-Tatu de Monteiro Lobato fez tanto sucesso quanto (fizeram) os Fradinhos que Henfil lançou nas páginas do Pasquim."
(Revista Época, 24.05.99, p.06)

3- Período
É o conjunto de orações. Ele pode ser constituído por uma ou mais orações.
O período pode ser:
simples- constituído por apenas uma oração
Ex.: "Macunaíma é o herói com muita preguiça e sem nenhum caráter". (Época, 24.05.99, p.7)

composto- constituído por mais de uma oração.
Ex.: "Nós não podemos fingir /que as crianças não têm inconsciente".
(Nova Escola, 11/00)

SUJEITO

Elemento da oração a respeito do qual damos alguma informação. Seu núcleo (palavra mais importante) pode ser um substantivo, pronome ou palavra substantivada.

Ex.: "O Jeca-Tatu de Monteiro Lobato fez tanto sucesso quanto (fizeram) os Fradinhos que Henfil lançou nas páginas do Pasquim." (Revista Época, 24.05.99, p.06)
Sujeito da 1ª oração: O Jeca-Tatu de Monteiro Lobato
Núcleo do sujeito: Jeca-Tatu (substantivo)

Tipos de sujeito:

  • Simples
  • Composto
  • Oculto, elíptico ou desinencial
  • Indeterminado
  • Inexistente ou oração sem sujeito

Sujeito Simples
Aquele que possui apenas um núcleo.
Ex.: "Livros ganham as prateleiras dos supermercados." ( Época, 24.05.99, p.124)
núcleo: livros

Sujeito Composto
Aquele que possui mais de um núcleo.
Ex.: Jogadores e torcedores reclamaram da arbitragem.
núcleos: jogadores, torcedores

Sujeito oculto, elíptico ou desinencial
Aquele que não vem expresso na oração, mas pode ser facilmente identificado pela desinência do verbo.
Ex.: "Aonde vou, o que quero da vida?" ( Estado de Minas, 02.07.00, p.21)
Apesar do sujeito não estar expresso, pode ser identificado nas duas orações: eu.

Sujeito indeterminado
Aquele que não se quer ou não se pode identificar.
Ex.: Vive-se melhor em uma cidade pequena.
Absolveram o réu

DICAS
O sujeito pode ser indeterminado em duas situações:

  • verbo na terceira pessoa do plural sem sujeito expresso: Telefonaram por engano para minha casa.
  • verbo na terceira pessoa do singular acompanhado do pronome SE (índice de indeterminação do sujeito): Acredita-se na existência de políticos honestos

Sujeito inexistente ou oração sem sujeito
A informação contida no predicado não se refere a sujeito algum. Ocorre oração sem sujeito quando temos um verbo impessoal.O verbo é impessoal quando:

  • Indica fenômenos da natureza (chover, nevar, amanhecer, etc.). Ex.: Anoiteceu muito cedo. Choveu muito no Rio de Janeiro este mês.
  • Fazer, ser, estar indicarem tempo cronológico. Ex.: Faz meses que ele não aparece. Já é uma hora da tarde. Está quente em São Paulo.
  • Haver tiver sentido de existir. Ex.: Havia mulheres na sala.
TERMOS LIGADOS AO NOME
Existem alguns termos que se ligam aos nomes. São eles:
  • Adjunto adnominal
  • Complemento nominal
  • Predicativo
  • Aposto

Adjunto adnominal
É o termo que se liga a um nome ou palavra substantivada para qualificá-lo ou determiná-lo. É expresso geralmente por um adjetivo, locução adjetiva, artigo, pronome ou numeral.
Ex.: "Neste Natal, estimule a criatividade de seus alunos". (Revista Nova Escola, 11/00)

Complemento nominal
É o termo da oração exigido como complementação de alguns nomes (substantivos, adjetivos ou advérbios). Geralmente é regido de preposição.
Ex.: "A criança tinha necessidade de brincadeiras."
Os turistas tinham disposição para a caminhada.

Predicativo
É o termo da oração que qualifica, classifica ou expressa um estado do núcleo do sujeito ou do núcleo do objeto.
Ex.: Os torcedores saíram alegres. (predicativo do sujeito)
Os torcedores consideraram o jogo fraco. (predicativo do objeto)

Aposto
É o termo da oração que resume, explica ou especifica um nome.
Ex.:"Graças ao pai da psicanálise, Sigmund Freud, a masturbação começou a ser entendida com um hábito saudável em qualquer idade, da infância à velhice." (Revista Nova Escola, 11/00)

PREDICADO
É tudo aquilo que se informa sobre o sujeito e é estruturado em torno de um verbo. Ele sempre concorda em número e pessoa com o sujeito.
Quando é um caso de oração sem sujeito, o verbo do predicado fica na forma impessoal, 3ª pessoa do singular. O núcleo do predicado pode ser um verbo significativo, um nome ou ambos.
Ex.: "Seu trabalho tem uma ligação muito forte com a psicanálise".
(Revista Nova Escola, 11/00)

Tipos de predicado:

  • Verbal
  • Nominal
  • Verbo-nominal
Predicado verbal
Aquele que tem como núcleo (palavra mais importante) um verbo significativo.
Ex.: Ministro anuncia reajuste de impostos.
Núcleo: anuncia (verbo significativo)

DICAS
O verbo significativo pode ser: transitivo direto (VTD), transitivo indireto (VTI), transitivo direto e indireto (VTDI) ou intransitivo (VI).
Ex.: O técnico comprou várias bolas. VTD
O técnico gosta de bolas novas. VTI
O técnico prefere melhores condições de trabalho a aumento de salário. VTDI
O técnico viajou. V

Predicado nominal
Aquele cujo núcleo é um nome (predicativo). Nesse tipo de predicado, o verbo não é significativo e sim de ligação.Serve de elo entre o sujeito e o predicativo.
Ex.: Todos estavam apressados.
Núcleo: apressados (predicativo)

Predicado verbo-nominal
Aquele que possui dois núcleos: um verbo significativo e um predicativo do sujeito ou do objeto.
Ex.: O juiz julgou o réu culpado.
Núcleos:
julgou- verbo significativo
culpado- predicativo do objeto (o réu)

TERMOS LIGADOS AO VERBO

Existem alguns termos que se ligam aos verbos. São eles:

  • Adjunto adverbial
  • Agente da passiva
  • Objeto direto
  • Objeto indireto

Adjunto adverbial
É o termo da oração que se liga ao verbo, adjetivo ou advérbio para indicar uma circunstância ( tempo, lugar, modo, intensidade, negação, finalidade...).
Ex.: "Na escola, fala-se muito pouco sobre o que as crianças pensam espontaneamente". circunstância de lugar (Revista Nova Escola, 11/00)
"Depois de refletir, uma menina ergueu a mão".circunstância de tempo
( Revista Nova Escola, 11/00)

Agente da passiva
É o termo da oração que se liga ao verbo para indicar o agente da ação verbal. Sempre vem precedido de preposição.
Ex.: O abaixo-assinado foi feito pelos alunos.

DICAS
O agente da passiva só existe quando a oração estiver na voz passiva.

Objeto direto
É o termo da oração que completa o verbo transitivo direto (VTD) sem mediação de uma preposição.
Ex.:"A prática estimula a reflexão filosófica independentemente da leitura".
(Revista Nova Escola, 11/00)

DICAS
Você sabe o que é um objeto direto preposicionado? Como não confundi-lo com um objeto indireto?
O objeto direto preposicionado completa um verbo transitivo direto (VTD) enquanto um objeto indireto completa um verbo transitivo indireto (VTI). Geralmente é usado para solucionar casos de ambigüidade de oração ou por uma questão de estilo.
Ex.:"Amou a seu pai com a mais plena grandeza da alma". (FEFASP)
amar (VTD); a seu pai (objeto direto preposicionado)

Objeto indireto
É o termo que completa um verbo transitivo indireto (VTI) com mediação de uma preposição.
Ex.: Na formatura, ele lembrou-se da faculdade.

VOCATIVO

É o único termo isolado dentro da oração, pois não se liga ao verbo nem ao nome. Não faz parte do sujeito nem do predicado. A função do vocativo é chamar ou interpelar o elemento a que se está dirigindo. É marcado por sinal de pontuação e admite anteposição de interjeição de chamamento.
Ex.: Pai, perdoai nossos pecados.
Querida, obrigado pela surpresa.


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segunda-feira, 20 de agosto de 2007

História da língua portuguesa no Brasil



No início da colonização portuguesa no Brasil (a partir da descoberta, em 1500), o tupi (mais precisamente, o tupinambá, uma língua do litoral brasileiro da família tupi-guarani) foi usado como língua geral na colônia, ao lado do português, principalmente graças aos padres jesuítas que haviam estudado e difundido a língua. Em 1757, a utilização do tupi foi proibida por uma Provisão Real. Tal medida foi possível porque, a essa altura, o tupi já estava sendo suplantado pelo português, em virtude da chegada de muitos imigrantes da metrópole. Com a expulsão dos jesuítas em 1759, o português fixou-se definitivamente como o idioma do Brasil. Das línguas indígenas, o português herdou palavras ligadas à flora e à fauna (abacaxi, mandioca, caju, tatu, piranha), bem como nomes próprios e geográficos.

Com o fluxo de escravos trazidos da África, a língua falada na colônia recebeu novas contribuições. A influência africana no português do Brasil, que em alguns casos chegou também à Europa, veio principalmente do iorubá, falado pelos negros vindos da Nigéria (vocabulário ligado à religião e à cozinha afrobrasileiras), e do quimbundo angolano (palavras como caçula, moleque e samba).

Um novo afastamento entre o português brasileiro e o europeu aconteceu quando a língua falada no Brasil colonial não acompanhou as mudanças ocorridas no falar português (principalmente por influência francesa) durante o século XVIII, mantendo-se fiel, basicamente, à maneira de pronunciar da época da descoberta. Uma reaproximação ocorreu entre 1808 e 1821, quando a família real portuguesa, em razão da invasão do país pelas tropas de Napoleão Bonaparte, transferiu-se para o Brasil com toda sua corte, ocasionando um reaportuguesamento intenso da língua falada nas grandes cidades.

Após a independência (1822), o português falado no Brasil sofreu influências de imigrantes europeus que se instalaram no centro e sul do país. Isso explica certas modalidades de pronúncia e algumas mudanças superficiais de léxico que existem entre as regiões do Brasil, que variam de acordo com o fluxo migratório que cada uma recebeu.

No século XX, a distância entre as variantes portuguesa e brasileira do português aumentou em razão dos avanços tecnológicos do período: não existindo um procedimento unificado para a incorporação de novos termos à língua, certas palavras passaram a ter formas diferentes nos dois países (comboio e trem, autocarro e ônibus, pedágio e portagem). Além disso, o individualismo e nacionalismo que caracterizam o movimento romântico do início do século intensificaram o projeto de criação de uma literatura nacional expressa na variedade brasileira da língua portuguesa, argumento retomado pelos modernistas que defendiam, em 1922, a necessidade de romper com os modelos tradicionais portugueses e privilegiar as peculiaridades do falar brasileiro. A abertura conquistada pelos modernistas consagrou literariamente a norma brasileira.


Origem da língua portuguesa


A língua portuguesa é uma língua neolatina, formada da mistura de muito latim vulgar e mais a influência árabe e das tribos que viviam na região. Apesar de ter sua origem altamente conectada a outra língua (o galego), o português é uma língua própria e independente. Apesar da influência dos tempos tê-la alterado, adicionando vocábulos franceses, ingleses, espanhóis e únicos, ela ainda tem sua identidade única, apesar de não ter a força que tinha no seu ápice, quando era quase tão difundida como agora é o inglês.
No oeste da Península Ibérica, na Europa Ocidental, encontram-se Portugal e Espanha. Ambos eram domínio do Império Romano a mais de 2000 anos, e estes conquistadores falavam latim, uma língua que eles impuseram aos conquistados. Mas não o latim culto usado pelas pessoas cultas de Roma e escrito pelos poetas e magistrados, mas o popular latim vulgar, falado pela população em geral. Isto aconteceu porque a população local entrou em contato com soldados e outras pessoas incultas, não magistrados.


Logicamente não podemos simplesmente desprezar totalmente a influência lingüística dos conquistados. Estes dialetos falados na península e em outros lugares foram regionalizando a língua. Também devemos considerar a influência árabe, que inseriu muitas línguas nestes romanços até a Reconquista. Este processo formou vários dialetos, denominados cada um deles genericamente de romanço (do latim romanice, "falar à maneira dos romanos"). Quando o Império Romano caiu no século V este processo se intensificou e vários dialetos foram se formando. No caso específico da península, foram línguas como o catalão, o castelhano e o galego-português (falado na faixa ocidental da península).

E foi este último que gerou o português e o galego (mais tarde uma língua falada apenas na região de Galiza, na Espanha). O galego-português existiu apenas durante os séculos XII, XIII e XIV, na época da Reconquista. Após isso foi nascendo cada vez mais diferença entre o galego e o português. Este último era falado no sul da faixa ocidental da província, na região de Lisboa. Esta língua consolidou-se com o tempo e a expansão do Império Português.

Do século XII ao século XVI falava-se uma forma arcaica de português, ainda com a influência do galego (o português arcaico propriamente apenas desde o século XIV). Foi com essa linguagem que escreveram os trovadores naquela época, enriquecendo a paupérrima (5.000 vocábulos no século XII) língua portuguesa. Esta fase da Língua Portuguesa acaba coma nomeação de Fernão Lopes como cronista mor da Torre do Tombo em 1434. Mas apenas a partir do século XVI, com a intensa produção literária renascentista de Portugal, especialmente a de Camões, o português uniformiza-se e adquiri as características atuais da língua. Em 1536 Fernão de Oliveira publicou a primeira Gramática da Linguagem Portuguesa, consolidando-a definitivamente.



sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Curriculo





É difícil ter um conceito definido ou uma concepção única sobre currículo. Este há muito tempo vem sendo analisado e discutido e assim como toda sociedade e cultura tem passado por transformações, no decorrer da história. Ele há muito tempo deixou de ser apenas uma área meramente técnica, voltada para questões relativas a procedimento, técnicas e métodos. Hoje, o currículo é um objeto social e cultural, isso significa que ele adorna as terminações sociais de sua história. Ele está implicado em uma relação de poder, transmite visões sociais, particulares e, produz identidades individuais, ele tem uma história vinculada a formas específicas de organização da sociedade e da educação. O professor é um dos construtores do currículo, mas, este só se torna um bom construtor quando é consciente de suas ações.
Na maioria das vezes, as autoridades escolares e nacionais montam a grade escolar (que também é um currículo) sem saberem quais são as necessidades e anseios da comunidade escolar em que esta será inserida, e a mesma, deseja a realização plena do que foi planejado oficialmente, o qual, em grande número de vezes não acontece.
No texto “Por uma perspectiva deliberatória do currículo”, a autora Maria Inês da Silva de Souza Carvalho, diz que: tradicional existir alguns tipos de currículos, os quais serão citados abaixo:
O currículo oficial, o qual é estabelecido pelos sistemas de ensinos com regras e diretrizes definidas. Ele chega pronto para o professor, por mais “obediente” que seja ele vai ensinar o que ele é.
O currículo manifesto é o que a escola pretende que os alunos aprendam e o que os professores dizem que querem ensinar. Ele possui um pouco do “formal ou oficial” é fechado, mas também, da uma abertura, possibilitando ao professor fazer alterações, acrescentar suas idéias de acordo com a realidade, feito com consciência.
Há o currículo oculto, em que os alunos aprendem através do cotidiano da escola, podendo também ocorrer fora dela.
O currículo nulo está sempre ocorrendo desde as de eliminar assuntos e/ ou disciplinas. Até mesmo os conteúdos que não entram no currículo oficial, se torna um currículo nulo. Ele é virtualmente infinito por razões que vão desde a falta de tempo e materia